O lugar e as comunidades
O povoamento de Diadema remonta nas suas origens mais antigas à capela de Nossa Senhora da Conceição do Acuri ou Guacuri, construída pelo Pe. Salvador Pires Santiago em sua chácara onde hoje se encontra o centro da cidade, essa capela teve seu terreno doado pelo padre a 02 de dezembro de 1735. As regiões atendidas hoje pela Paróquia Cristo Rei descendem das vizinhanças do centro, local de passagem entre São Bernardo e o antigo município de Santo Amaro, encampado pela capital em 1937. Dentre os bairros de nossa paróquia, o mais antigo é a Vila Conceição, loteamento originário da venda de terras de Antônio Piranga à Empresa Urbanística Vila Conceição, em 12 de maio de 1923. O mesmo Antônio Piranga era o proprietário da famosa “Serraria”, que muito influenciou uma região de nossa paróquia, bem como a Paróquia Nossa Senhora das Graças.
No mapa da cidade de Santo Amaro, de 1935, o bairro parque Sete de Setembro já aparecia. Diadema, nessa primeira metade do século XX, ainda distrito de São Bernardo, era um local rural, conhecido especialmente pela região de Eldorado, onde os paulistanos vinham passear aos fins de semana para recomporem as energias e o ânimo.
Em 1960 Diadema vira município e junto com muitas cidades da grande São Paulo vive um chamado inchaço populacional, que modificou o jeito das cidades serem, lhes retirando o ar interiorano e trazendo-lhes muitos problemas da falta de planejamento.
Em 1960 surge o primeiro templo religioso da nossa região, a capela destinada ao cemitério municipal, na Vila Elisa.
A década de 1970 traz a vinda maciça de migrantes de diversos estados do Brasil, e fazem surgir novas invasões, dentre elas o Parque Real (1972) e o Jardim dos Eucaliptos (1975).
Na década de 1980 temos dois movimentos eclesiais em nossa paróquia. De um lado o então Pe. Manoel Parrado Carral (hoje bispo de São Miguel Paulista, à época pároco da Paróquia Imaculada Conceição), iniciou um movimento para unificação das comunidades eclesiais de base (CEBs) de alguns bairros: Parque Real, Vila Conceição, Jardim Santa Cândida e Jardim Tiradentes. Esse movimento se traduziu por reuniões e formações, que culminaram na fundação da Comunidade do Parque Real, depois Comunidade Cristo Rei, em 1982.
Nessa mesma década, pelo trabalho iniciado pelas irmãs de Santa Paula Frassinetti (irmãs dorotéias), foram formadas as comunidades de base do Jardim dos Eucaliptos. Essa época era marcada pelas invasões, a falta de estrutura dos bairros e a violência, que deixou Diadema famosa por muito tempo. Não existia à época ligação entre o Parque Real e o Jardim dos Eucaliptos e os mundos eram bem distintos: a Matriz (Imaculada Conceição) e a Santa, cada uma com uma caminhada pastoral diferente.
A década de 1980 assistiu ainda à invasão da Pedreira Itatinga, hoje a grande comunidade do Pantanal (divisa entre os distritos da Pedreira e Cidade Ademar), na capital e a poucos metros da divisa com Diadema.
A década de 1990 e 2000 assistiu um fenômeno bem particular de Diadema, hoje ainda uma das cidades com maior densidade demográfica do Brasil: a solução encontrada pela administração municipal para dar moradia para multidões de pessoas que habitavam condições precárias nas muitas e violentas favelas: a criação dos Núcleos Habitacionais, que se espalharam pela cidade inteira, inclusive em nossa região, como os núcleos Vila Nova, AMAPRE, Jardim Rey, Rosa Luxemburgo, Vila Nova Conceição (Vila Socialista). Outra questão habitacional muito influente foi a construção de milhares de apartamentos pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), fazendo surgir especialmente duas regiões da paróquia: o Parque Industrial (ou Boréu) e o Jardim Pedroso (parte da região conhecida como Vila Socialista).
Na década de 2000 houve a chegada no Parque Real das Mínimas Servas do Sagrado Coração de Jesus, que até hoje ajudam na Paróquia Cristo Rei e na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes.
Por fim, na região do Parque Sete de Setembro, desde a década de 2010, há uma forte especulação imobiliária, com a chegada de muitos prédios, especialmente concentrados no entorno da Rua Coimbra, hoje já se expandindo também para as ruas Gaspar Ricardo, Júlio Prestes e Alda.
Criação da Paróquia Cristo Rei
No ano de 2004 sai da Matriz de Diadema o querido Pe. Wagner Dorighetti, que teve sua atuação marcada em especial pela atenção às comunidades, formando junto com o povo, por exemplo, a Comunidade São Camilo de Lellis, assumindo o Pe. Antônio Guimarães do Couto. Pe. Guimarães assume uma paróquia grande e após os primeiros anos surge a ideia de uma divisão da ainda imensa Paróquia Imaculada Conceição. A Comunidade Cristo Rei se destacava pela intensa atividade pastoral e por se situar num bairro estratégico para o novo intento. O clero da região apresentou uma proposta em meados de 2006 ao então bispo da Diocese de Santo André, Dom Nelson Westrupp, scj.
A paróquia Cristo Rei foi criada em 16 de maio de 2007, sendo desmembrada nas comunidades Cristo Rei e São Camilo de Lellis da Paróquia Imaculada Conceição do Centro e na comunidade São Francisco de Assis da Paróquia Nossa Senhora das Graças do Jardim Ruyce, essas três comunidades passaram a formar a nova paróquia, instalada em fevereiro de 2008.
Párocos
Pe. André Rodrigues da Silva (2008-2016)
Pe. André tomou posse como administrador paroquial em 2008 e teve a difícil missão de dar os primeiros passos de uma paróquia formada a partir de duas experiências bem diferentes. Seu pastoreio foi marcado pela base de diversas atividades na Matriz Cristo Rei, bem como pela demolição da antiga igreja de São Camilo de Lellis e início da construção da nova. Pe. André é originário da Paróquia São Pedro Apóstolo em Mauá, ordenado presbítero a 18 de novembro de 2006. Após o serviço em Diadema foi vigário na Paróquia Nossa Senhora do Paraíso em Santo André em 02 de fevereiro de 2016, função esta que exerceu até 01 de junho de 2017, quando foi nomeado vigário da Paróquia Imaculada Conceição em Mauá. Em 3 de junho de 2018 Pe. André foi nomeado Administrador da Paróquia N. S. de Lourdes em Mauá, onde permaneceu até 12 de maio de 2021, quando retornou às funções de vigário da Matriz de Mauá. Por muitos anos Pe. André assessorou a Pastoral dos Surdos e coordenou a impressão do Folheto ABC Litúrgico em Braile para as pessoas com deficiência visual.
Pe. Rogério Romão Bueno (2016)
O segundo responsável pela paróquia Cristo Rei passou por um breve período de tempo, sendo nomeado administrador paroquial em 02 de fevereiro de 2016. Permaneceu em Diadema apenas três meses e meio, sendo transferido em 20 de maio de 2016 para a Paróquia São João Batista em Mauá. O período teve a marca da retomada dos diálogos com a comunidade São Francisco de Assis, que teve suas celebrações interrompidas alguns anos antes. Pe. Rogério estava na diocese mas fora ordenado pela Aliança de Misericórdia por Dom Fernando Panico, MSC, bispo do Crato, a 2 de agosto de 2014.
Pe. Joaquim de Souza (2016-2019)
O terceiro período da Paróquia Cristo Rei é marcado por uma figura bem carismática e tranquila. O paranaense Pe. Joaquim foi nomeado pároco no dia 20 de maio de 2016 e mesmo acometido por um infarto alguns meses depois conseguiu nas comunidades alguns feitos importantes: a retomada das celebrações na Comunidade São Francisco de Assis, alguns avanços na obra da Comunidade São Camilo de Lellis e o feito que ficou mais evidente: a reforma e ampliação do salão paroquial embaixo da Igreja Cristo Rei. Nascido a 25 de maio de 1960 e ordenado em 1997, Pe. Joaquim antes de Diadema, já trabalhara em Santo André (Paróquias São Jorge, São João Batista), em Rio Grande da Serra (Paróquia São Sebastião) e em Mauá (Paróquia Nossa Senhora das Vitórias). Depois da Paróquia Cristo Rei foi pároco e vigário na Paróquia São Felipe Apóstolo (Mauá) e atualmente é vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Vila Luzita em Santo André. Pe. Joaquim já assessorou a Pastoral da Juventude e a Pastoral Operária, tendo sido, antes de sua incardinação na diocese de Santo André, membro da Congregação dos Filhos da Caridade.
Pe. Hamilton Gomes do Nascimento (2019…)
O atual pároco da paróquia Cristo Rei nasceu em 09 de maio de 1989 na cidade de Ribeirão Pires-SP e cresceu em Rio Grande da Serra. Foi ordenado diácono a 10 de dezembro de 2016 e presbítero a 27 de maio de 2017. Exerceu as seguintes funções antes de ser nomeado pároco da Paróquia Cristo Rei: Administrador Paroquial da Paróquia São Felipe Apóstolo em Mauá, 28/05/2017; sacerdote conselheiro espiritual da Equipe Nossa Senhora Rainha das Famílias (2017-2019); Coordenador da Redação do Folheto ABC Litúrgico (2017-2018); Coordenador Diocesano de Liturgia (2018-2019); Vice-reitor da Casa de Formação Filosófica do Seminário Diocesano de Santo André (04/08/2018) e após a nomeação como pároco da Paróquia Cristo Rei (03/06/2019), reitor da Casa de Formação Filosófica da Diocese de Santo André (04/08/2019). Pe. Hamilton teve de conciliar as duas funções (reitor e pároco). A conclusão do pastoreio só poderá ser feita depois, por hora, adequou as divisas da paróquia, integrando a região do Jardim dos Eucaliptos e da Comunidade São Francisco de Assis. No começo de 2021, após consulta, acolheu N. S. da Cabeça como co-padroeira da comunidade São Francisco de Assis. Promoveu ainda as adequações de engenharia para continuidade das obras da igreja de São Camilo de Lellis, paralisadas há alguns anos, tendo ainda enfrentado com o povo o difícil período da pandemia da Covid-19.